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Consciência e Responsabilidade

Por Juliana Costa

O que é mesmo responsabilidade? Qual será a relação disso com a Consciência? Será que a Consciência produz a responsabilidade ou a responsabilidade é que produz a Consciência?

Parece não ser muito difícil após longa reflexão sobre o assunto, entender que a responsabilidade do Ser Humano para com tudo que ele se relaciona diretamente existe antes mesmo dele ter noção disso, afinal suas ações tendem a gerar compromissos que, por sua vez, geram suas responsabilidades.

A questão que surge agora é: o que fazer a partir disto?

Mais uma vez me pego na célebre e sempre presente resposta para amplas e variadas questões ligadas a tudo que tem Vida: Consciência!

Isso porque, quando o Ser Humano desperta sua Consciência lhe parece que um novo mundo surge, cheio de novas possibilidades, noções e mais reflexões. Ocorre que o mundo agora visto não é novo nem surgiu a partir de então, embora a nova possibilidade de reconhecê-lo como ele realmente é possa causar essa impressão.

Dentre essas novas noções que tornam-se acessíveis quando o Ser Humano desperta sua Consciência, está a noção de responsabilidade, que assim como as noções de compromisso, realidade e liberdade, precisa ser construída e desenvolvida para seus próprios e devidos fins.

Essa noção, a de responsabilidade, quando bem desenvolvida, torna possível ao Ser Humano responder à altura dos seus compromissos, que advindos das relações dele com tudo que o cerca, podem se configurar como grandes e boas oportunidades para realizações ainda maiores.

Mas e quando o Ser Humano não tem noção de responsabilidade?

Quando o Ser Humano ainda não desenvolveu a noção de responsabilidade logo se percebe, pois ele costuma agir de forma omissa, preguiçosa e irresponsável.

Isso acontece porque um senso de responsabilidade enfraquecido ou extinguido, não enfraquece nem extingue o fato da responsabilidade e toda a importância que ela tem. Digo importância, e não fardo, porque a responsabilidade é, para o Ser Humano, como um trampolim, que se bem utilizada favorece ao alcance de tudo que pode até então parecer distante.

Como Seres Humanos, parafraseando uma sentença atribuída a Albert Einstein, temos que fazer sempre o melhor que pudermos, sendo essa nossa sagrada responsabilidade. Mas não é possível fazer o melhor sem termos a noção de que o melhor existe e só depende de nós mesmos para ocorrer, embora só esteja disponível quando do despertamento da nossa Consciência.

Sem a Consciência, volto a dizer, não há noção de responsabilidade, o que faz como que o Ser Humano continue tendendo a viver como que no abismo de sua própria inferioridade, se justificando sempre por tudo de inexato que ocorre em seu viver, apontando o outro como culpado por seus fracassos e ainda, revoltado com tudo e com todos que o cercam, esperando que caia do céu ou saia na boca do caixa, por um milagre ou outra coisa qualquer, a resolução de todos os seus problemas.

Será que para algum Ser Humano vale mesmo a pena continuar a viver assim? Talvez não.

Até porque, embora a Consciência, sempre disponível ao Ser Humano, ainda que não despertada, construída e desenvolvida em sua máxima potência, não exija dele que faça sempre o melhor, tende a cobrar muito caro por qualquer ação inconsequente que ainda possa ser praticada.

Afinal Ela, a Consciência, existe e merece ser, pelo Ser Humano, utilizada como deve, já que, não por privilégio, mas sim por condição inata, Ele pode e deve arcar com a responsabilidade equivalente à capacidade que tem de desenvolvê-la, em proporções muito maiores que a de qualquer outro animal, por exemplo.

Nessa perspectiva, se uma borboleta pode ser responsável por causar um tufão em algum lugar distante devido ao bater de suas asas, pode, o Ser Humano, ser responsável por causar estragos de ainda maiores proporções, quando de suas ações inconsequentes.

Com a Consciência desperta, por outro lado, o Ser Humano tenderá a dispor da noção de responsabilidade; assim, terá a possibilidade de viver e fazer ainda mais e melhor do que hoje; e assim, terá ainda mais chances para pensar e agir de forma a ser responsável por resoluções e realizações ainda maiores, que possam beneficiar, inclusive, toda a humanidade.

Tudo isso é questão de responsabilidade.

Consciencióloga, Educadora com experiência em todos os níveis da Educação Básica no Brasil, Especialista em Ensino e Autoconhecimento, Consciência e Educação, Neuropsicologia e Psicopedagogia. Mestranda em Psicologia Clínica e de Aconselhamento com foco em Satisfação no Trabalho, Trabalho Digno, Cinco Grandes Fatores da Personalidade (Big Five) e Saúde Mental. Docente em cursos de Graduação e Pós-graduação nas modalidades presencial e à distância. Coordenadora do Núcleo de Apoio, Acessibilidade e Inclusão numa Faculdade Brasileira. Palestrante com experiência internacional em Dinamarca, Austrália, Estados Unidos, México, Portugal e Brasil. Escritora de diversos artigos e capítulos de livro, bem como da série “Abordagens sobre a Consciência em seu Pragmatismo”. Consultora em Ciências da Educação em diversas empresas de cunho público e privado.

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