O Papel dos Espaços Físicos na Formação do Bem-Estar Comunitário
Por Aila Boler
O texto abaixo discute como os espaços físicos bem projetados—como parques, calçadas, parklets e áreas públicas—contribuem para uma comunidade mais saudável e feliz, além de promoverem melhores conexões humanas.
O Papel dos Espaços Físicos na Formação do Bem-Estar Comunitário
O design e a organização dos espaços físicos influenciam significativamente o bem-estar comunitário, promovendo conexões sociais, incentivando a saúde física e melhorando a qualidade de vida. Espaços públicos bem planejados, como parques, calçadas, parklets e outras áreas comunitárias, servem como importantes locais para interação, lazer e engajamento cívico. Este texto explora a relação entre o ambiente construído e o bem-estar comunitário, com base em fontes acadêmicas-chave que apoiam o argumento de que espaços projetados com cuidado contribuem para uma sociedade mais saudável e conectada.
Espaços públicos atuam como igualadores sociais, fornecendo áreas acessíveis onde indivíduos de diversas origens podem interagir e se engajar com seu entorno. De acordo com Bain, Gray e Rodgers (2012), espaços públicos bem elaborados incentivam a participação ativa na vida urbana, fortalecendo os laços sociais e promovendo um senso de pertencimento. Da mesma forma, Vogel, Mello e Mollica (1980) enfatizam que ruas e áreas abertas devem ser percebidas como extensões da casa, criando uma integração contínua entre a vida privada e pública. O conceito deles de “Quando a Rua Vira Casa” destaca o papel do design urbano em cultivar comunidades vibrantes, seguras e inclusivas.
A presença de calçadas bem projetadas, praças e espaços verdes facilita a interação social, incentivando o movimento pedestre e o envolvimento das pessoas. Pesquisa de Thompson et al. (2023) destaca a importância de integrar planejamento urbano inteligente e saudável para apoiar a conexão social e o bem-estar geral. Os autores argumentam que integrar a tecnologia com espaços públicos bem planejados pode criar ambientes mais dinâmicos e interativos, melhorando a coesão comunitária e participação, impactando positivamente na saúde mental e física dos seres humanos.

Além da interação social, os espaços físicos bem planejados contribuem para a melhora da saúde física e mental. Espaços verdes e áreas urbanas caminháveis promovem a atividade física, reduzindo o risco de doenças crônicas, como obesidade e doenças cardiovasculares (Cervero, Guerra e Al, 2017). Além disso, a exposição a ambientes naturais está relacionada à redução do estresse e ao aprimoramento do bem-estar psicológico. O papel dos urbanistas, portanto, vai além das considerações estéticas. É fundamental criar e executar projetos que ativem os sentidos, incluindo a criação de ambientes que apoiem a saúde pública e o bem-estar.
O design urbano inclusivo garante que os espaços físicos atendam indivíduos de todas as habilidades, origens socioeconômicas e faixas etárias. O princípio de “Living Streets” (Bain, Gray e Rodgers, 2012) enfatiza a importância de projetar ruas que priorizem os pedestres em relação aos veículos, criando paisagens urbanas mais seguras e envolventes. Da mesma forma, o trabalho de Cervero, Guerra e Al (2017) ressalta a necessidade de um planejamento urbano sustentável e equitativo que equilibre a mobilidade com o design centrado no ser humano.
Em conclusão, não se pode subestimar o papel dos espaços físicos na formação do bem-estar comunitário. O planejamento urbano e o design cuidadoso contribuem para sociedades mais saudáveis, felizes e conectadas, promovendo interação social, saúde física e garantindo inclusão. Com base em uma vasta pesquisa acadêmica, é evidente que a qualidade dos espaços públicos impacta diretamente o bem-estar de indivíduos e comunidades. À medida que as cidades continuam a crescer, priorizar o desenvolvimento de espaços sustentáveis, acessíveis e socialmente enriquecedores continua sendo essencial para promover a resiliência urbana de longo prazo e o bem-estar comunitário.
Referências em Estilo Harvard:
1. Vogel, A., Mello, M.A.S. & Mollica, O., 1980. Quando a rua vira casa. Universidade Federal Fluminense: Eduff. Disponível em: http://cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1412 [Acessado em 25 fevereiro 2025].
2. Bain, L., Gray, B. & Rodgers, D., 2012. Living streets: Strategies for crafting public space. Hoboken, NJ: Wiley. Disponível em: https://books.google.com.au/books?hl=en&lr=&id=xob6WtXlpMcC&oi=fnd&pg=PR11&dq=The+Role+of+Physical+Spaces+in+Shaping+Community+Wellbeing+Discuss+how+well-designed+physical+spaces%E2%80%94like+parks,+sidewalk,+parklets,+and+public+areas%E2%80%94contribute+to+a+healthier,+happier+community+and+foster+better+human+connections.&ots=b6eSkYcNNd&sig=90hiqUngdbtzRypdE6aOy9EgIoc#v=onepage&q&f=false [Acessado em 25 fevereiro 2025].
3. Thompson, S., Rahmat, H., Marshall, N., Steinmetz-Weiss, C., Bishop, K., Corkery, L., Park, M. & Tietz, C., 2023. Merging smart and healthy cities to support community wellbeing and social connection. Encyclopedia, 3(3), pp. 1067–1084. Disponível em: https://doi.org/10.3390/encyclopedia3030078 [Acessado em 25 fevereiro 2025].
4. Cervero, R., Guerra, E. & Al, S., 2017. Beyond mobility: Planning cities for people and places. Washington, DC: Island Press. Disponível em: https://books.google.com.au/books?hl=en&lr=&id=b-k5DwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PP1&dq=The+Role+of+Physical+Spaces+in+Shaping+Community+Wellbeing+Discuss+how+well-designed+physical+spaces%E2%80%94like+parks,+sidewalk,+parklets,+and+public+areas%E2%80%94contribute+to+a+healthier,+happier+community+and+foster+better+human+connections.&ots=GTuO0ka2wN&sig=KgXb3ND5UssyKbRvzsTjAGHN8fw#v=onepage&q&f=false [Acessado em 25 fevereiro 2025]. 5. Albeera, H.A., 2019. The future of public space: How to measure active public space in the digital era. PhD thesis. Nottingham Trent University. Disponível em: https://www.proquest.com/openview/e98de60b3b8430e7da28807e985caf65/1?pq-origsite=gscholar&cbl=51922&diss=y [Acessado em 25 fevereiro 2025].

Aila Boler, arquiteta e escritora soteropolitana, explora a relação entre arquitetura e emoções. Para ela, as cidades são organismos vivos que refletem sentimentos e experiências humanas. Sua escrita propõe uma conexão profunda entre as pessoas e os espaços, promovendo a humanização dos ambientes.
Com uma abordagem delicada, Aila registra mediações entre espaços e subjetividade, conquistando premiações e publicações. Seu trabalho pode ser encontrado sob consulta.
Aila une suas paixões e torna-se especialista em Marketing nos segmentos de Arquitetura e Home Décor, monta a Boler Marketing e Comunicação atendendo clientes no Brasil e mundo enquanto mora na Austrália.
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