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Meio Ambiente: o lixo plástico como ameaça à natureza e à vida humana

Por Maisa Tobias

O crescente volume de produção de plástico ao longo das últimas seis décadas representa uma das maiores e urgentes preocupações ambientais enfrentadas pela humanidade. Nos últimos 65 anos, o planeta testemunhou a geração de uma impressionante quantidade de 8,3 bilhões de toneladas de plástico, com apenas uma ínfima parcela, cerca de 9%, sendo devidamente reciclada. Esses números alarmantes refletem não apenas uma crise de gestão de resíduos, como também uma ameaça significativa à saúde dos nossos ecossistemas, especialmente, dos nossos oceanos. Essa disparidade entre a produção e a reciclagem do plástico é um alerta urgente sobre a necessidade de ações concretas para lidar com essa crise global.

O Brasil, como o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, contribui substancialmente para essa crise, gerando anualmente cerca de 11,3 milhões de toneladas de resíduos plásticos. Tal situação destaca a urgência de se implementar medidas eficazes para reduzir o impacto ambiental desse material.

A preocupação com o meio ambiente e a crescente poluição dos mares têm impulsionado ações em diversos países, incluindo o Brasil, a adotarem medidas para combater essa tendência preocupante. Algumas cidades brasileiras têm implementado leis destinadas a reduzir o uso de plásticos descartáveis. Fortaleza, Salvador, Santos e, ainda, todo o Estado do Rio Grande do Norte, como exemplos, proibiram o uso de canudos e outros plásticos descartáveis. O Rio de Janeiro foi pioneiro ao banir os canudos plásticos e, há alguns atrás, uma nova lei entrou em vigor, proibindo supermercados de oferecerem sacolas plásticas aos clientes.

Essas ações seguem tendências globais de combate ao uso excessivo de plásticos descartáveis. Na Indonésia, o uso de sacolas plásticas foi drasticamente reduzido, enquanto o Canadá baniu garrafas e sacolas plásticas não degradáveis. Países africanos como Tanzânia, Ruanda, Uganda, Quênia, Sudão do Sul e Tunísia, também, proibiram sacolas plásticas. Na União Europeia, medidas foram tomadas para coibir o uso de plásticos descartáveis, incluindo talheres, copos, pratos e cotonetes com hastes de plástico. Ainda no Brasil, o Estado do Pará, também, se destacou ao implementar uma lei que proíbe empresas de distribuírem sacolas plásticas, incentivando o uso de alternativas mais sustentáveis e conscientizando sobre os impactos negativos desse material no meio ambiente.

A conscientização sobre os danos ambientais causados pelo plástico torna-se fundamental para promover mudanças de comportamento e hábitos de consumo mais responsáveis. O plástico, derivado do petróleo, apresenta uma decomposição extremamente lenta na natureza, levando séculos para se desintegrar completamente. Sua durabilidade e resistência contribuem para sua persistência no meio ambiente, ocupando espaço, dificultando a decomposição de outros materiais e, prejudicando a vida selvagem, especialmente, nos oceanos. Além disso, o plástico apresenta uma ameaça significativa à vida marinha, quando se fragmenta em microplásticos que entram na cadeia alimentar.

Nas cidades, o descarte inadequado de plásticos pode resultar em obstruções de sistemas de drenagem, causando enchentes e afetando comunidades vulneráveis, em particular, aquelas em áreas periféricas. A poluição visual e os impactos negativos sobre os reservatórios de águas para consumo humano e animal são outras consequências graves do uso excessivo de plástico.

Atitudes de importância na preservação ambiental começam com pequenas ações diárias. A separação adequada do lixo doméstico e a promoção da reciclagem são passos essenciais para reduzir o impacto do plástico no meio ambiente.

Educar as gerações mais jovens sobre a importância da sustentabilidade, também, é fundamental para garantir um futuro mais saudável para o nosso planeta.

Em resumo, enfrentar a crise global do plástico requer uma abordagem multifacetada e colaborativa, envolvendo governos, empresas, comunidades e indivíduos. Somente através de esforços conjuntos e medidas proativas podemos mitigar os impactos negativos do plástico e proteger nosso meio ambiente para as futuras gerações. Como diz o ditado popular, “quem ama cuida”, “quem ama preserva”, “quem ama recicla”. O amor pelo nosso planeta exige ações concretas e mudanças significativas em nossos hábitos cotidianos. Somente através de esforços coletivos e medidas proativas podemos enfrentar eficazmente a crise global do plástico e proteger nosso meio ambiente para as gerações futuras.

Engenheira Civil, Mestre e Doutora em Engenharia de Transportes e Pós-Doutora em Planejamento Territorial e Urbano, pela Universidade do Minho pela Universidade da Amazônia. Professora de Engenharia Civil e Naval da Universidade Federal do Pará. Ex-Diretora Superintendente Mobilidade Urbana de Belém do Pará. Consultora na área, autora e organizadora de livros na área de mobilidade urbana e em transporte fluvial. Atua em Redes de Pesquisa com ênfase em Mobilidade e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia e, a outra, em Estudos de Viabilidade Econômica de Sistemas de Transportes.

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