A universidade é mais do que um centro de ensino. Ela é um organismo vivo, um templo democrático do saber onde mentes se encontram, pensamentos se cruzam e o aprendizado se torna uma experiência sensorial. Seus espaços como: salas, pátios, corredores e bibliotecas, podem ser protagonistas na construção do conhecimento. A universidade deve ser tratada como um espaço de transformação, onde a arquitetura enaltece emoções, estimulando descobertas e conexões humanas.
O impacto dos espaços de aprendizagem transcende a funcionalidade. Chism e Bickford (2002) destacam que a configuração dos ambientes acadêmicos influencia diretamente as interações, podendo ampliar a criatividade ou restringi-la. Quando o espaço permite trocas livres, favorece o pensamento colaborativo. No entanto, quando limita movimentos e olhares, restringe a expansão das ideias. O aprendizado não acontece apenas na sala de aula, mas em cada canto onde há espaço para o encontro. Jamieson, Fisher e Gilding (2000) ressaltam como a arquitetura acadêmica molda o processo de ensino, transformando o ato de aprender em uma experiência orgânica e social. Salas flexíveis, pátios que acolhem diálogos e espaços híbridos redefinem a experiência, tornando-a mais fluida e inspiradora.
A vivacidade do espaço de aprendizagem impacta diretamente a absorção do conhecimento. Ambientes híbridos favorecem tanto a interação quanto a introspecção, proporcionando uma experiência mais dinâmica e enriquecedora. Enquanto isso, salas de aula e auditórios oferecem uma abordagem mais linear, na qual o conhecimento flui do instrutor para os alunos (Jamieson, Fisher & Gilding, 2000). A iluminação natural contribui para a concentração e o bem-estar (Chism & Bickford, 2002), ao passo que a psicodinâmica das cores estimula diferentes estados cognitivos (Imms, Cleveland & Fisher, 2016). Além disso, o conforto acústico e a tecnologia integrada elevam o nível de engajamento, consolidando a arquitetura educacional como uma peça-chave no processo de aprendizado.
O espaço digital, por outro lado, possui limitações quanto ao ambiente físico integrativo, já que o processo tende a se tornar mais individualizado. Por isso, demanda novos formatos para que o aprendizado continue conectando pessoas. Imms, Cleveland e Fisher (2016) apontam que os ambientes virtuais precisam oferecer mais do que plataformas funcionais com acesso praticamente ilimitado ao conteúdo. Os espaços universitários digitais devem ser pensados como espaços imateriais que criam pontes entre ideias e pessoas, eliminando espaços físicos sem perder a essência do encontro.
A universidade pulsa, respira, transforma. É nela que se moldam não apenas profissionais, mas seres humanos que experimentam o conhecimento em sua forma coletiva, dinâmica e inspiradora. Como demonstram os estudos de Chism e Bickford (2002), Jamieson, Fisher e Gilding (2000) e Imms, Cleveland e Fisher (2016), um espaço bem planejado não apenas abriga, mas potencializa a experiência de aprender. A arquitetura e a educação se entrelaçam para criar não apenas lugares, mas vivências, onde o saber não apenas se transmite, mas se sente e o ambiente imaterial digital deve mais do que nunca, permitir acesso a conteúdo confiável de qualidade, trocas e interações.
Referências
Chism, N. V. N. & Bickford, D. J. (2002) Learning Spaces: More than Meets the Eye. Jossey-Bass.
Jamieson, P., Fisher, K. & Gilding, T. (2000) The Impact of Learning Spaces on Teaching and Learning. University of Melbourne.
Imms, W., Cleveland, B. & Fisher, K. (2016) Innovative Learning Environments and Teacher Change: Defining Key Concepts. Springer.
Aila Boler, arquiteta e escritora soteropolitana, explora a relação entre arquitetura e emoções. Para ela, as cidades são organismos vivos que refletem sentimentos e experiências humanas. Sua escrita propõe uma conexão profunda entre as pessoas e os espaços, promovendo a humanização dos ambientes. Com uma abordagem delicada, Aila registra mediações entre espaços e subjetividade, conquistando premiações e publicações. Seu trabalho pode ser encontrado sob consulta. Aila une suas paixões e torna-se especialista em Marketing nos segmentos de Arquitetura e Home Décor, monta a Boler Marketing e Comunicação atendendo clientes no Brasil e mundo enquanto mora na Austrália.
]]>The university is beyond a centre for education, it is a living organism, a democratic temple of knowledge where minds meet, ideas intersect, and learning becomes a sensory experience. Its spaces such as: classrooms, courtyards, corridors, and libraries, play a central role in the construction of knowledge. The university should be regarded as a space of transformation, where architecture enhances emotions, stimulating discovery and human connection.
The impact of learning should always be felt more than functionally. Chism and Bickford (2002) highlight that the configuration of academic environments directly influences interactions, either fostering creativity or restricting it. When space allows for free exchange, it encourages collaborative thinking. However, when it limits movement and eye contact, it restricts the expansion of ideas. Learning does not happen solely within the classroom but in every corner where people gather. Jamieson, Fisher, and Gilding (2000) emphasise how academic architecture shapes the teaching process, turning learning into an organic and social experience. Flexible classrooms, courtyards that invite dialogue, and hybrid spaces redefine the learning experience, making it more fluid and inspiring.
The vibrancy of the learning environment directly impacts knowledge absorption. Hybrid spaces encourage both interaction and introspection, fostering a more dynamic and enriching experience. Meanwhile, classrooms and lecture halls provide a more linear approach, where knowledge flows from the instructor to the students (Jamieson, Fisher & Gilding, 2000). Natural lighting enhances concentration and well-being (Chism & Bickford, 2002), while the psychodynamics of colour stimulate different cognitive states (Imms, Cleveland & Fisher, 2016). Additionally, acoustic comfort and integrated technology enhance engagement, solidifying educational architecture as a key element in the learning process.
The digital space, on the other hand, has limitations in terms of physical integration, as the process tends to become more individualised. This demands new formats to ensure that learning continues to connect people. Imms, Cleveland, and Fisher (2016) argue that virtual environments must offer more than just functional platforms with near-unlimited access to content. Digital university spaces should be designed as immaterial spaces that create bridges between ideas and people, removing physical barriers while preserving the essence of intellectual exchange.
The university breathes, pulses, and transforms. It shapes not only professionals but individuals who experience knowledge in its collective, dynamic, and inspiring form. As demonstrated by the studies of Chism and Bickford (2002), Jamieson, Fisher, and Gilding (2000), and Imms, Cleveland, and Fisher (2016), a well-designed space amplifies the learning. Architecture and education intertwine to create not just places but experiences, where knowledge is not only transmitted but deeply felt, and the digital learning space should provide high-quality resources in an immaterial space for human connections.
References:
Chism, N. V. N. & Bickford, D. J. (2002). Learning Spaces: More than Meets the Eye. Jossey-Bass.
Jamieson, P., Fisher, K. & Gilding, T. (2000). The Impact of Learning Spaces on Teaching and Learning. University of Melbourne.
Imms, W., Cleveland, B. & Fisher, K. (2016). Innovative Learning Environments and Teacher Change: Defining Key Concepts. Springer.
Aila Boler, a Brazilian-born architect and writer, explores the relationship between sites and emotions. For her, cities are living organisms that reflect human feelings and experiences. Her writing proposes a deep connection between people and spaces, promoting the humanization of environments.
With a delicate approach, Aila captures the mediation between spaces and subjectivity, earning awards and publications. Her work can be accessed upon request.
Aila combines her passions and becomes a specialist in Marketing for the Architecture and Home Décor sectors, founding Boler Marketing and Communications, serving clients in Brazil and worldwide while living in Australia.
Learn more about Aila Boler: Facebook * Instagram * Website * LinkedIn
]]>I originally had a different topic in mind for this month’s post here on the Abayomi Academy blog. But after what happened last week in Gainesville — and how it echoed across other states and institutions in the U.S. — I had to change direction.
Because this story isn’t just about a basketball game.
It’s about collective happiness, belonging, and community vitality — essential pillars for building smart, human-centered environments.
Much more than you might think.
The Florida Gators’ basketball championship win didn’t just move Gainesville — it mobilized the entire state of Florida and involved institutions from across the country.
I experienced it through my daughter, who studies at UF, and through friends — and even though I don’t live there, I could feel the vibrant, contagious energy that spread through the community.
What stands out isn’t just the title or the trophy.
It’s the culture in the U.S. of valuing, recognizing, and celebrating institutions, players, students, and communities.
This collective mobilization goes far beyond a final score. It reveals the power of sports, arts, and cultural initiatives in building belonging and strengthening social connections.
In the U.S., sports and cultural activities are vital paths for youth development — opening doors to universities, scholarships, and careers. But above all, they are powerful identity builders and community enhancers.
The ripple effects of this victory were felt everywhere:
Merchandise sales skyrocketed.
Players received amazing professional offers.
UF gained nationwide attention.
Newspaper and magazine covers turned into collectibles.
Alumni associations — already strong — deepened their ties with more donations, mentorship programs, and institutional support.
And this isn’t just a reaction to the victory — it’s a deep-rooted cultural habit of investing in community resilience and vitality.
Events like this fuel local and regional economies:
This is community vitality in motion.
When a community thrives together, everyone wins.
That collective celebration shouldn’t be reserved for the World Cup, the Super Bowl, or national championships.
Our children, youth, and communities deserve to be celebrated long before they reach national platforms. Their local, school, and community victories should be sources of pride, joy, and recognition.
This builds a sense of belonging, nurtures talent, creates social bonds, and emotionally prepares people — not only to win, but also to deal with losses, develop resilience, and strengthen emotional intelligence.
If we want truly smart and happy environments — whether in companies, schools, neighborhoods, or cities — we need to learn from this model:
Value sports, arts, and culture as essential for personal and social development
Create platforms for local visibility and recognition
Celebrate every community achievement — big or small
Strengthen emotional, institutional, and economic networks, involving alumni, families, and partners
Encourage local entrepreneurship that grows alongside these celebrations
At Abayomi Academy, we believe that we can only be fully happy as a community.
Smart and happy environments are those that generate continuous community vitality, celebrate their people, thrive together, and recover together.
And it all begins with small local victories — that eventually become something far greater.
Patrícia Fraga, a visionary and dynamic professional, holds a Ph.D. in Architecture, blending her passions for sustainable urbanism, education, and technology. With a multifaceted career spanning engineering, construction, and academia, she is the Founder of Abayomi and the Executive Director of Abayomi Academy. Patrícia’s global influence extends through her roles as an international speaker, published author, and advocate for Smart & Happy Environments. Her commitment to cultural inclusion shapes transformative projects worldwide, emphasizing the integration of technology with environmental responsibility. A mother of five, Patrícia’s journey reflects resilience, innovation, and dedication to creating positive, sustainable, and joyful living spaces worldwide.
Get to know more about her: Facebook Instagram Youtube Linked In
]]>Eu tinha outro tema planejado para este mês aqui no blog da Abayomi Academy. No entanto, com o que aconteceu na última semana em Gainesville, FL, e se espalhou por outros estados e instituições americanas, mudei de ideia. Porque essa história não é só sobre esporte — é sobre felicidade coletiva, pertencimento e vitalidade comunitária, conceitos essenciais para ambientes inteligentes e humanos.
Mas afinal, o que a vitória de um time universitário tem a ver com tudo isso? Muito mais do que a gente imagina.
A vitória do time de basquete da Universidade da Flórida (UF) na final do campeonato universitário americano mobilizou não só a cidade de Gainesville, mas também o estado da Flórida e diversas instituições pelo país. Acompanhei de perto essa movimentação através da minha filha, que estuda na UF, e de amigos que vivem por lá. Embora eu não more na mesma cidade, senti a energia vibrante e contagiante que tomou conta das pessoas, e me emocionei ao assistir pela televisão a conquista histórica, decidida no último segundo do jogo.
A Exactech Arena atingiu, e superou, sua capacidade máxima de 11.000 pessoas, estabelecendo um novo recorde de público com 11.355 pessoas. Após a vitória por 65 a 63 sobre o Houston Cougars, milhares de fãs tomaram as ruas de Gainesville, especialmente a University Avenue, em uma celebração espontânea que durou horas. Dias depois, a universidade organizou uma recepção oficial no Flavet Field, onde milhares de torcedores receberam os campeões com entusiasmo e orgulho.
O que chama a atenção nesse cenário não é apenas o título. É a capacidade e cultura dos Estados Unidos de dar visibilidade, valor e reconhecimento às suas instituições, jogadores, estudantes e às suas comunidades. Essa mobilização vai muito além de um jogo. Ela revela o poder que atividades como o esporte e as artes exercem na construção do pertencimento e no fortalecimento das relações sociais.
Nos Estados Unidos, o esporte e a cultura são caminhos importantes para a formação dos jovens — desde o ensino médio, são vistos como portas de entrada para universidades, bolsas de estudo e oportunidades profissionais. Mas, mais do que isso, são ferramentas de construção de identidade coletiva e vitalidade comunitária.
Como resultado natural dessa mobilização:
E mais: a sociedade toda ganha.
Esses eventos movimentam a economia local e regional — geram empregos temporários e permanentes, aumentam as vendas no comércio, aquecem o mercado gastronômico, de turismo e serviços, criam oportunidades para novos negócios e inspiram empreendedores a desenvolverem soluções e produtos ligados ao esporte, lazer e entretenimento.
Isso é vitalidade comunitária na prática. Quando a comunidade cresce junto, ganha todo mundo.
Que a comemoração coletiva nos nossos países não se resuma à Copa do Mundo, à Eurocopa ou apenas aos times nacionais. Que nossas crianças, jovens e comunidades sejam celebradas e motivadas da mesma forma, antes mesmo de chegarem a “nível nacional”. Que suas vitórias regionais, escolares e comunitárias também sejam motivos de festa, orgulho e visibilidade.
Isso gera pertencimento, estimula talentos, cria laços e prepara pessoas emocionalmente não só para vencer, mas também para lidar com derrotas, desenvolver resiliência e inteligência emocional para seguir adiante.
Se queremos ambientes verdadeiramente inteligentes — empresas, escolas, bairros, cidades — precisamos aprender com esse modelo:
Só podemos ser plenamente felizes no coletivo, como acreditamos na Abayomi.
Ambientes felizes e inteligentes são aqueles que geram vitalidade comunitária constante, que celebram sua gente, que vibram juntos e se reerguem juntos. E isso começa nas pequenas vitórias locais, que depois se tornam grandes.
Patrícia Fraga, uma profissional visionária e dinâmica, é Ph.D. em Arquitetura, misturando suas paixões por urbanismo sustentável, educação e tecnologia. Com uma carreira multifacetada que abrange engenharia, construção e academia, ela é a Fundadora na Abayomi e Diretora Executiva na Abayomi Academy. A influência global de Patrícia se estende por suas funções como palestrante internacional, autora publicada e defensora de Ambientes Inteligentes e Felizes. Seu comprometimento com a inclusão cultural molda projetos transformadores em todo o mundo, enfatizando a integração da tecnologia com a responsabilidade ambiental. Mãe de cinco filhos, a jornada de Patrícia reflete resiliência, inovação e dedicação à criação de espaços de vida positivos, sustentáveis e alegres em todo o mundo.
]]>A cada edição do Smart City Expo Curitiba, algo em mim se renova. Quem acompanha de perto sabe: não estamos apenas organizando um evento, estamos escrevendo uma história de transformação urbana em prol de mais qualidade de vida para as pessoas. Quando olhamos para trás e vemos o quanto crescemos desde 2018, é impossível não se emocionar – mas nunca nos acomodamos. O nosso compromisso sempre foi claro: aprender, melhorar e inovar. Sempre.
A edição de 2025, que acaba de ser concluída, foi histórica – e não apenas pelo recorde de público. Mais de 22 mil pessoas, de 25 países e de 600 municípios brasileiros, passaram pela Ligga Arena em três dias de conexão intensa. Mas o que mais me marcou foi ver o reflexo de um mindset que praticamos diariamente no iCities: o da melhoria contínua. Um jeito de pensar que entende que nem tudo será perfeito, mas que tudo pode (e deve) evoluir.
A decisão de mudar o local do evento para a Ligga Arena foi um marco. Quando pisei no gramado pela primeira vez, antes mesmo de decidirmos oficialmente pela mudança, pensei: “se tivermos um novo local, podemos fazer algo muito maior e mais impactante” – sempre em prol de melhorar a qualidade de vida do cidadão. E não foi apenas o evento que cresceu. Curitiba cresce junto. A cada edição, a cidade evolui, se transforma e se posiciona no mapa global da inovação.
E foi com essa mentalidade de growth mindset e aprendizado constante que, neste ano, percebemos a importância de dar mais um novo passo. O mundo está mudando, e com ele, as demandas das cidades inteligentes.
Nos últimos meses, vimos a necessidade de expandir os debates sobre economia no contexto das cidades inteligentes, de forma mais ampla e estratégica. Também notamos uma movimentação importante no cenário global de eventos: os chamados “side events”, encontros paralelos à programação principal, que vêm ganhando protagonismo por permitirem discussões mais aprofundadas, experiências imersivas e maior conexão com diferentes públicos. No Smart City Expo Curitiba, essa tendência se consolidou como parte essencial da nossa proposta.
E foi assim que nasceu o Fórum Econômico Smart Brasil: uma resposta a esse novo momento, um espaço inédito e qualificado para refletir sobre os rumos econômicos das cidades inteligentes. O Fórum foi realizado já no primeiro dia do evento e reuniu grandes nomes do cenário nacional e internacional, como o economista Marcos Troyjo. E foi ali que, mais uma vez, percebemos que estávamos no caminho certo.
Testemunhar a primeira entrega por drone dos Correios, o anúncio do primeiro hub de GovTech do Paraná e o plano para o redesenvolvimento do centro de Curitiba mostra que nosso trabalho tem impacto real. Nada disso seria possível sem uma equipe que aprende com cada edição, que abraça os desafios e acredita que sempre há uma próxima versão melhor de tudo que a gente já fez. Aprendizado constante não é um slogan, mas sim uma prática diária.
Ver esse time se reinventar ano após ano é, para mim, a maior inspiração. Há coisas que só o tempo e a dedicação revelam: como o brilho nos olhos de quem está nos bastidores, a coragem de errar e tentar de novo, e a humildade de ouvir e ajustar. São essas atitudes que tornam o Smart City Expo Curitiba cada vez mais relevante — não só para Curitiba, mas para o Brasil e para o mundo. Nesta edição, inclusive, tivemos aparições na imprensa internacional, saindo da Europa e passando também pela América Latina.
O legado que deixamos este ano para a capital paranaense é concreto. Mas também é, acima de tudo, um lembrete de que inovação verdadeira vem com esforço contínuo. A cidade se transforma quando as pessoas se transformam. E é isso que me move: saber que estamos ajudando a construir cidades mais humanas, mais sustentáveis, mais felizes – e que isso nunca será uma missão finalizada. Sempre haverá uma próxima versão melhor.
A edição de 2026 já tem data marcada. Mas, mais do que olhar para o calendário, olhamos para dentro. O que podemos fazer melhor? O que ainda não conseguimos realizar? Quais sonhos ainda cabem aqui? Que bom que essas perguntas nunca acabam e nos servem de guia para mantermos os olhos no futuro!
Sócio-diretor do iCities, empresa brasileira pioneira em cidades inteligentes, Beto Marcelino foi relator integrante da Carta Brasileira de Cidades Inteligentes do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR). Formado em Engenharia Agrônoma pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em Marketing pela FAE Business School, o executivo também fez parte do programa Cidades 4.0 do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações a fim de desenvolver a Política Nacional de Cidades Inteligentes. Além disso, é Manager do Smart City Expo Curitiba e embaixador da Fira Barcelona no Brasil.
]]>Imagine se as cidades ouvissem de verdade. Não só buzinas, sirenes e discursos prontos. Mas a voz da vizinha que reclama do ponto de ônibus desativado, do estudante que evita passar por uma praça escura, do comerciante que resiste em meio à decadência do centro. Vozes comuns, dessas que raramente chegam ao topo da cadeia decisória.
E se, em vez de planejar a cidade trancados em salas com ar-condicionado e gráficos coloridos, a gente começasse ouvindo o que vem das ruas, dos grupos de WhatsApp, dos murais de desabafo nas redes?
A tal escuta social digital não é sobre modinha tecnológica nem fetiche por dados. É sobre atenção genuína. É dar valor ao que as pessoas dizem — mesmo quando dizem aos berros ou entrelinhas.
Hoje, as cidades que se dizem “inteligentes” já captam de tudo: sinais de Wi-Fi, fluxo de carros, consumo de energia, batimentos cardíacos no smartwatch. Mas e o frio na barriga de quem cruza uma rua mal iluminada? E o medo que se esconde atrás de uma fachada grafitada? E a memória afetiva de um centro histórico que um dia foi coração da cidade — e agora bate fraco?
Décadas de descentralizações empurraram a vida urbana para longe. Vieram os shoppings, os condomínios murados, os escritórios nos extremos da cidade. Os centros ficaram vazios de dia, inseguros à noite. O que era ponto de encontro virou ponto final.
A tecnologia, que prometia conexão, também moldou novos hábitos. Compramos sem sair de casa, trabalhamos do sofá, vivemos sob demanda. O café do centro virou aplicativo. A praça, tela. A cidade real perdeu espaço pra cidade virtual.
E aí vem o desafio: planejar pra gente que muda de lugar, de opinião e de rotina. Gente que não quer só estrutura — quer escuta, segurança, afeto.
Planejar ouvindo é mais do que abrir formulário de opinião pública. É captar o que não foi dito, é interpretar silêncios. É entender que cada áudio indignado no celular é um pedaço do quebra-cabeça urbano.
E sim, revitalizar centros degradados exige mais do que tinta nova e poste com câmera. É preciso devolver vida — e isso só se faz com presença. Com confiança. Com diálogo.
Segurança não é só patrulha — é pertencimento. É caminhar pela rua sabendo que alguém te vê e se importa.
No fim das contas, o problema não é a falta de tecnologia. É a falta de escuta. Porque cidade inteligente de verdade não é a que responde mais rápido — é a que escuta mais fundo.
Quem ouve a cidade por inteiro, constrói lugar onde ninguém quer ir embora.
Alessandro Lopes é arquiteto e consultor em BIM/CIM e Cidades Inteligentes, mestre em Direito Ambiental pela UNISANTOS, com foco em Cidades Criativas e Sustentáveis. Atua como Assessor na Prefeitura de Santos, liderando projetos de requalificação urbana e sustentabilidade, e como Coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo da ESAMC Santos, conectando ensino, mercado e inovação. Especialista em gestão de projetos e sustentabilidade, é membro da CBIM, palestrante e comentarista em rádios e podcasts sobre inovação na construção civil. Destacam-se sua atuação na modernização da orla de Santos e na reestruturação do setor de qualidade e controle da administração pública.
]]>Em um mundo cada vez mais conectado, os ambientes físicos e digitais não podem mais ser vistos como esferas separadas. A integração entre esses dois mundos é fundamental para criar espaços urbanos, organizacionais e comerciais que atendam às necessidades de uma população cada vez mais digitalizada, mas que também ainda valoriza as experiências presenciais. A fusão de tecnologias, como o Building Information Modeling (BIM) e o City Information Modeling (CIM), tem um papel crucial nesse processo, facilitando o desenvolvimento de ambientes urbanos e corporativos mais interconectados. No entanto, a verdadeira transformação vai além das tecnologias e envolve um conceito mais amplo, que engloba como gerenciamos e interagimos com esses ambientes, tanto no físico quanto no digital.
A Conexão entre o Físico e o Digital: O Que Significa?
A integração dos mundos físico e digital vai além da adoção de novas tecnologias ou da modernização da infraestrutura urbana. Trata-se de criar experiências contínuas e acessíveis, onde esses dois ambientes se complementam, mas sem que um dependa totalmente do outro. Essa abordagem garante que as pessoas possam usufruir dos espaços e serviços de maneira mais eficiente e inteligente, independentemente de sua conexão com o digital.
Por exemplo, em uma cidade inteligente, informações sobre transporte público devem estar disponíveis tanto em aplicativos quanto em painéis físicos nos pontos de ônibus. Assim, quem deseja planejar seu trajeto com antecedência pode consultar os horários pelo celular, enquanto aqueles que estão no local encontram as informações necessárias sem depender da internet ou de um dispositivo eletrônico.
No ambiente corporativo, um espaço de trabalho digitalmente integrado permite que funcionários atuem de maneira híbrida quando a presença física não é imprescindível, aproveitando a flexibilidade do trabalho remoto sem perder a possibilidade de interações presenciais no escritório. O mesmo princípio se aplica à educação, saúde, comércio e cultura: serviços digitais ampliam e facilitam as experiências nos ambientes físicos e se complementam. O equilíbrio entre essas duas dimensões garante acessibilidade, inclusão e uma vivência mais eficiente para todos.
O Papel do BIM e CIM na Criação de Ambientes Conectados
Embora a integração entre o físico e o digital se estenda a diferentes áreas, as tecnologias de Building Information Modeling (BIM) e City Information Modeling (CIM) têm se mostrado fundamentais na criação de ambientes urbanos e corporativos mais conectados. O BIM, utilizado principalmente no setor da construção, permite criar modelos digitais detalhados de edifícios e espaços urbanos, com informações sobre cada componente estrutural e funcional. Isso torna mais eficiente a gestão desses ambientes, além de possibilitar um planejamento mais preciso e colaborativo, desde a concepção até a operação e manutenção do espaço.
O CIM, por sua vez, aplica o conceito do BIM à escala urbana, criando modelos digitais de cidades inteiras, onde não apenas os edifícios, mas também a infraestrutura urbana, o transporte, a conectividade e os serviços públicos são integrados em uma plataforma digital única. Com o CIM, é possível otimizar o uso de recursos, melhorar a acessibilidade e a mobilidade, e criar uma gestão mais inteligente das cidades, criando uma ponte entre o mundo físico e o digital.
Essas tecnologias são exemplos de como a digitalização pode melhorar a integração entre os ambientes físicos e digitais, ajudando a criar cidades mais eficientes, sustentáveis e inclusivas. No entanto, a verdadeira transformação vai além da infraestrutura e envolve também como cidadãos e organizações interagem com esses espaços.
Expandindo a Integração para Empresas e Organizações
Embora a implementação de BIM e CIM seja de grande importância no contexto urbano, a integração entre o físico e o digital é igualmente relevante em empresas, organizações e outros ambientes não urbanos. Por exemplo, uma clínica de saúde que oferece atendimento tanto presencial quanto virtual está criando uma experiência integrada para seus pacientes. Ela pode permitir consultas online através de plataformas digitais enquanto mantém a estrutura física para atendimentos presenciais. Da mesma forma, uma escola pode combinar o ensino presencial com recursos digitais, oferecendo aos alunos acesso a aulas, materiais e atividades fora da sala de aula física, ampliando o alcance do aprendizado.
Outro exemplo são os museus e centros culturais, que, além de visitas presenciais, agora oferecem experiências digitais, como tours virtuais 360º, tornando o acesso à cultura mais democrático e acessível a pessoas de diferentes partes do mundo. Ao integrar os mundos físico e digital, essas instituições conseguem expandir suas fronteiras e criar novas formas de engajamento com o público.
Vantagens de Ambientes Conectados: Eficiência, Acessibilidade e Experiência do Usuário
A integração dos ambientes físicos e digitais oferece uma série de benefícios, tanto para os gestores quanto para os cidadãos e clientes. Um dos maiores ganhos está na acessibilidade e conveniência. Serviços que antes eram limitados ao atendimento presencial, como consultas médicas ou serviços de atendimento ao cliente, podem agora ser acessados digitalmente, oferecendo maior flexibilidade aos usuários e diminuindo barreiras geográficas e temporais.
Além disso, a eficiência e sustentabilidade são ampliadas quando os recursos digitais são incorporados à gestão dos espaços urbanos e organizacionais. A capacidade de monitorar e otimizar o uso de recursos como energia, água e transporte é significativamente aprimorada, resultando em operações mais sustentáveis e uma melhor alocação de recursos.
Outro ponto importante é a experiência do usuário, que se torna mais rica e interativa. Por exemplo, ao permitir que um cidadão acesse informações sobre a cidade diretamente de um smartphone enquanto caminha por um parque ou praça, ou ao oferecer uma experiência de compra online que complementa a visita a uma loja física, as organizações e as cidades criam um fluxo contínuo entre os mundos digital e físico, proporcionando uma experiência mais personalizada e envolvente.
A Responsabilidade no Uso de Recursos: Conscientização Coletiva
Embora as tecnologias digitais ofereçam inúmeras vantagens na criação de ambientes mais conectados, é essencial que sua implementação seja feita de forma consciente e responsável. O uso dos dados gerados por essas plataformas, por exemplo, deve ser feito com transparência e ética, priorizando a privacidade e segurança dos cidadãos e usuários. Além disso, os gestores urbanos e empresariais devem garantir que a implementação de soluções digitais não exclua as camadas da população que ainda não têm acesso pleno às tecnologias, promovendo a inclusão digital como um pilar fundamental.
Assim, é importante que o uso de tecnologias como o BIM e o CIM seja feito não apenas com a perspectiva de inovação e eficiência, mas também com a consciência de que essas soluções devem promover o bem-estar coletivo, melhorar a qualidade de vida e garantir que os recursos sejam utilizados de forma sustentável.
Conclusão: Criando um Futuro Conectado e Sustentável
A integração dos ambientes físicos e digitais é fundamental para a construção de cidades e organizações mais inteligentes, acessíveis e eficientes. Seja por meio de tecnologias como BIM e CIM, ou pela adaptação de empresas e instituições à realidade digital, essa integração cria novas oportunidades de melhoria na qualidade de vida e na experiência do usuário.
Entretanto, essa transformação só será verdadeiramente bem-sucedida se for feita com responsabilidade e consciência. Ao garantir que a digitalização e a inovação sejam acessíveis a todos, e que os recursos sejam utilizados de maneira sustentável, podemos criar um futuro em que os ambientes urbanos e corporativos sejam não apenas mais conectados, mas também mais humanos, inclusivos e felizes para todos.
Patrícia Fraga, uma profissional visionária e dinâmica, é Ph.D. em Arquitetura, misturando suas paixões por urbanismo sustentável, educação e tecnologia. Com uma carreira multifacetada que abrange engenharia, construção e academia, ela é a Fundadora na Abayomi e Diretora Executiva na Abayomi Academy. A influência global de Patrícia se estende por suas funções como palestrante internacional, autora publicada e defensora de Ambientes Inteligentes e Felizes. Seu comprometimento com a inclusão cultural molda projetos transformadores em todo o mundo, enfatizando a integração da tecnologia com a responsabilidade ambiental. Mãe de cinco filhos, a jornada de Patrícia reflete resiliência, inovação e dedicação à criação de espaços de vida positivos, sustentáveis e alegres em todo o mundo.
]]>In an increasingly connected world, physical and digital environments can no longer be viewed as separate spheres. The integration of these two worlds is essential for creating urban, organizational, and commercial spaces that cater to a highly digitalized population while still valuing in-person experiences. The fusion of technologies such as Building Information Modeling (BIM) and City Information Modeling (CIM) plays a crucial role in this process, facilitating the development of more interconnected urban and corporate environments. However, true transformation goes beyond technology and involves a broader concept encompassing how we manage and interact with these environments, both physically and digitally.
The integration of the physical and digital worlds goes beyond adopting new technologies or modernizing urban infrastructure. It is about creating continuous and accessible experiences where these two environments complement each other without one being entirely dependent on the other. This approach ensures that people can utilize spaces and services more efficiently and intelligently, regardless of their connection to digital resources.
For example, in a smart city, public transportation information should be available both in apps and on physical panels at bus stops. This way, those who want to plan their trip in advance can check schedules on their phone, while those already on-site can access the necessary information without relying on the internet or an electronic device.
In the corporate environment, a digitally integrated workspace allows employees to work in a hybrid manner when physical presence is not essential, leveraging remote work flexibility while still having the opportunity for in-person interactions in the office. The same principle applies to education, healthcare, commerce, and culture: digital services expand and facilitate experiences in physical environments and serve as a complement. Balancing these two dimensions ensures accessibility, inclusion, and a more efficient experience for everyone.
Although the integration of physical and digital extends to various areas, Building Information Modeling (BIM) and City Information Modeling (CIM) technologies have proven fundamental in creating more connected urban and corporate environments. BIM, primarily used in the construction sector, allows for the creation of detailed digital models of buildings and urban spaces, containing information about each structural and functional component. This enhances the management of these environments, enabling more precise and collaborative planning from conception to operation and maintenance.
CIM, on the other hand, applies the BIM concept on an urban scale, creating digital models of entire cities where not only buildings but also urban infrastructure, transportation, connectivity, and public services are integrated into a single digital platform. With CIM, it is possible to optimize resource usage, improve accessibility and mobility, and create smarter city management, bridging the physical and digital worlds.
These technologies exemplify how digitization can enhance the integration of physical and digital environments, helping to create more efficient, sustainable, and inclusive cities. However, true transformation goes beyond infrastructure and also involves how citizens and organizations interact with these spaces.
While the implementation of BIM and CIM is of great importance in the urban context, the integration between physical and digital is equally relevant in businesses, organizations, and other non-urban environments. For example, a healthcare clinic that offers both in-person and virtual consultations creates an integrated experience for its patients. It can enable online consultations through digital platforms while maintaining physical infrastructure for face-to-face appointments. Similarly, a school can combine in-person teaching with digital resources, giving students access to lessons, materials, and activities beyond the physical classroom, expanding learning opportunities.
Another example is museums and cultural centers, which, in addition to in-person visits, now offer digital experiences such as 360º virtual tours, making culture more democratic and accessible to people from different parts of the world. By integrating physical and digital realms, these institutions expand their reach and create new forms of audience engagement.
The integration of physical and digital environments offers numerous benefits for managers, citizens, and customers alike. One of the greatest advantages is accessibility and convenience. Services that were previously limited to in-person interactions, such as medical consultations or customer service, can now be accessed digitally, offering greater flexibility to users and reducing geographical and time barriers.
Moreover, efficiency and sustainability are enhanced when digital resources are incorporated into the management of urban and organizational spaces. The ability to monitor and optimize the use of resources such as energy, water, and transportation is significantly improved, resulting in more sustainable operations and better resource allocation.
Another crucial aspect is user experience, which becomes richer and more interactive. For instance, allowing a citizen to access city information via a smartphone while walking through a park or plaza, or offering an online shopping experience that complements an in-store visit, helps cities and organizations create a continuous flow between the digital and physical worlds, providing a more personalized and engaging experience.
While digital technologies offer numerous advantages in creating more connected environments, their implementation must be done consciously and responsibly. The use of data generated by these platforms, for example, should be handled with transparency and ethics, prioritizing citizen and user privacy and security. Additionally, urban and business managers must ensure that the implementation of digital solutions does not exclude segments of the population that still lack full access to technology, promoting digital inclusion as a fundamental pillar.
Thus, technologies like BIM and CIM should not only be employed with an eye on innovation and efficiency but also with the awareness that these solutions must promote collective well-being, improve quality of life, and ensure that resources are used sustainably.
The integration of physical and digital environments is essential for building smarter, more accessible, and efficient cities and organizations. Whether through technologies like BIM and CIM or through the adaptation of businesses and institutions to the digital reality, this integration creates new opportunities for improving quality of life and user experience.
However, this transformation will only be truly successful if carried out with responsibility and awareness. By ensuring that digitization and innovation are accessible to all and that resources are used sustainably, we can create a future where urban and corporate environments are not only more connected but also more human, inclusive, and joyful for everyone.
Patrícia Fraga, a visionary and dynamic professional, holds a Ph.D. in Architecture, blending her passions for sustainable urbanism, education, and technology. With a multifaceted career spanning engineering, construction, and academia, she is the Founder of Abayomi and the Executive Director of Abayomi Academy. Patrícia’s global influence extends through her roles as an international speaker, published author, and advocate for Smart & Happy Environments. Her commitment to cultural inclusion shapes transformative projects worldwide, emphasizing the integration of technology with environmental responsibility. A mother of five, Patrícia’s journey reflects resilience, innovation, and dedication to creating positive, sustainable, and joyful living spaces worldwide.
]]>“…mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter sonhos sempre…”
Lana Braga, a mulher brasileira, palestrante internacional, que luta pelos direitos e proteção às mulheres, é nossa cidadã consciente desta edição.
1- Quem é Lana Braga?
Lana Braga é uma mulher de 47 anos, que diariamente luta para que todas nós possamos ter a liberdade de sermos quem quisermos, que possamos ter relacionamentos saudáveis e que sejamos protagonistas de nossas vidas.
2- Como você descobriu seu propósito profissional?
Na adolescência vivi um relacionamento abusivo, antigamente ninguém falava sobre isso, depois de formada em Direito descobri o que havia vivido e que sempre eu me colocava merecedora desses relacionamentos que aprisionavam. Minha mãe sempre me dizia que a liberdade da mulher era ouro, ela me falava, que eu precisava dirigir, trabalhar e ser independente e ela me ajudou nessa trajetória e entrega à causa. Fiz especialização em violência doméstica e através de minhas vivências descobri que milhares de mulheres precisavam também de uma rede de apoio e que a conscientização salva vidas.
3- Como é seu trabalho no Brasil e pelo mundo?
Sou fundadora do Instituto Maria na Comunidade onde damos acolhimento a mulheres vítimas de violência doméstica, temos todo amparo psicológico, jurídico, acompanhamento com nutricionista e cursos diversos. Direcionamos mulheres às oportunidades de trabalho , inserindo-as ao mercado, e tudo que a mulher precisa para se fortalecer. Também palestro sobre violência doméstica. Em 2024 tive a oportunidade de estar em Newark, New Jersey , através da Mantena Global Care e em novembro palestrei em Orlando ,Flórida , no Congresso Internacional de Violência Doméstica.
4- Nos conte sobre momentos marcantes que tenha vivido em sua carreira.
Tenho vários casos marcantes que posso citar, por exemplo atendi uma mulher 60 mais que viveu 35 anos dentro de um relacionamento violento. Ela fugiu com a roupa do corpo e refez a sua vida aqui no interior de São Paulo. Durante todo o atendimento eu conseguia ver a vontade de renascer nos olhos daquela mulher. Ela acabou os estudos, que ele não deixava quando estavam juntos, prestou vestibular, e eu recebi uma mensagem dela dizendo: ” Você mudou a minha vida”. Não existe nada mais gratificante do que isso, porque na verdade, quando fortalecemos uma mulher, conseguimos fazer com que ela entenda o quando ela é especial, importante para ela mesma em primeiro lugar. É uma descoberta linda, a lagarta que vira uma borboleta.
5- Onde está localizada a organização Maria na Comunidade e que tipo de serviço as mulheres podem receber lá?
O Instituto Maria na Comunidade fica localizado em São José do Rio Preto. Hoje temos 100 mulheres cadastradas. No ano de 2024 foram mais de 3.000 mulheres e meninas assistidas, entre palestras em escolas. Fora do país oferecemos atendimento psicológico, assistência jurídica, nutricionista, cursos e serviços que prestamos para todas as mulheres.
6- Quais são seus planos para o futuro?
Juntamente com o Instituto pretendo construir uma cozinha para podermos receber cursos profissionalizantes, estamos fechando algumas parcerias para atender crianças também e podermos crescer como Instituição. Lanço em breve um e-book para que as pessoas possam entender mais sobre a violência contra a mulher de forma clara, sobre principais pontos, rede de apoio, tudo para ajudar a todas que precisem.
7- Que recado você pode deixar para mulheres que sofrem violência doméstica e para toda sociedade de forma geral?
A primeira coisa é que não julguem uma mulher que sobre violência doméstica, ela precisa de acolhimento, ninguém fica dentro de um relacionamento abusivo e violento porque gosta, é preciso que estejamos prontos como sociedade para desconstruir falas que revitimizam essa mulher, o acolhimento faz com que a mulher tenha força para denunciar.
Mulheres eu sei o quanto é difícil, mas procurem ajuda, não se calem, o silêncio mata, fiquem atentas aos sinais e o que precisarem contem comigo. Somos todas Marias.
Renata Ross: Mulher, mãe, professora e escritora. Formada em Letras com Pós-graduação em Língua Inglesa. Membro da Academia Internacional de Literatura Brasileira. Autora de Fragmentos de um coração, S.O.S. Educação Infantil ( Dicas de professor para professor), Arvorida, Arborling, De coração para coração e Tainha, o menino pescador e outras histórias. Brasileira vivendo nos Estados Unidos. Amo Literatura, artes, música e natureza. Caminho com o propósito de promover educação cognitiva, emocional e ambiental.
]]>Com uma sólida formação, ele é pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho e possui certificação como Auditor Interno ISO 9001, 14001 e 45001 pela BV. Durante sua graduação, publicou um artigo sobre os benefícios sociais, históricos e ambientais dos parques urbanos, demonstrando sua preocupação com o impacto dos espaços arquitetônicos na qualidade de vida das pessoas.
Ao longo de sua carreira, acumulou experiências diversificadas em escritórios de arquitetura, construtoras e empresas do setor de óleo e gás. Atualmente, atua na área de HSE (Health, Safety and Environment), gerenciando contratos com a Petrobras no Rio de Janeiro e em outras regiões do Brasil.
Seus artigos irão enriquecer nosso blog com conteúdos voltados para arquitetura, urbanismo, sustentabilidade, segurança no trabalho e inovação!
Bem-vindo, Raphael! Estamos ansiosos para acompanhar suas contribuições e aprender com sua expertise.
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