Consciência e Prevenção
Por Juliana Costa
Quando se fala em Prevenção há que se pensar num limite. Sim, um limite, uma linha tênue entre a realidade e a ilusão. Isso porque, embora seja da prevenção a idealização de algo que está por vir, diferentemente da ilusão, essa ideia é e está sempre alicerçada nos conteúdos prévios que se tem quanto às experiências e os aprendizados que levaram o Ser Humano a chegar até este ponto em que está. Para isto: Consciência.
A Consciência, por sua vez, mais do que possibilita a prevenção, visto que é Dela também prevenir e prover. Os que fazem uso Dela de forma cada vez mais voluntária tendem a cada vez menos se encontrar em situações de difícil resolução, em meio a dúvidas de grande escala e dimensão, afinal, é a Consciência que proporciona o caminho para a prudência, esta que é contrária ao deslumbre da imaginação.
Como qualidade humana, a Consciência possibilita à humanidade um viver pautado na antecipação como método seguro de ação, sem a ilusão da imaginação desenfreada, mas sim com base no alicerce sólido da compreensão.
Ela, a Consciência, é a chave para a prevenção, porque proporciona ao Ser Humano o desenvolvimento de um compromisso coerente com a cautela, responsável por orquestrar tanto seus atos quanto suas consequências, ou resultados, levando-o a realizações cada vez maiores. Isso porque, com cautela, ou melhor, com antecipação, ou ainda, com prevenção, dificilmente o Ser Humano é pego de surpresa.
Ainda assim, com Consciência, podem existir momentos em que o novo se faz presente. Nestes momentos o Ser Humano pode até, para não se frustrar, declarar para si ou para outrem algo como “Quando Deus quer, não tem jeito”, no entanto, tudo aquilo que pode ser controlado, ou melhor, conhecido, ou ainda, compreendido, deve sê-lo, e estar pronto para isto também é questão de cautela, antecipação, prevenção, prudência, isto é, Consciência.
A partir do momento em que o Ser Humano entende este fato, o da Consciência como condição sine qua non para que a prevenção não se torne ilusão, ele passa a não só valorar suas experiências, como também a prestar cada vez mais atenção em seu dia a dia, de modo a cada vez mais e melhor aprender com o todo que o cerca, sendo esta a construção de repertório indispensável à sua evolução voluntária e consciente.
E se no meio do caminho esse Ser Humano se encontrar por vezes desatento, inseguro, solto em sua imaginação ou algo que equivalha? Uma vez que se lançou mão da Consciência, Ela ali está!
A Consciência, embora tão fundamental quanto indispensável ao Ser Humano, não é a responsável pelas escolhas que ele faz ao longo do seu viver. Ela é como uma amiga, conselheira, guia, uma cartógrafa da vida, cuja função não cessa, ainda que o Ser Humano tente ignorá-la, esquecê-la e/ou inobservá-la.
Uma vez despertado, construído e desenvolvido sua Consciência, o Ser Humano passa a ter sempre a possibilidade de recorrer a Ela infinitamente, pois ao dar vazão a Ela, sua tendência é fazer o resto.
Por isso cabe ao Ser Humano primar pelo desenvolvimento de sua Consciência hoje e sempre, de modo a não mais precisar sofrer por antecipação, ou melhor, por imaginação, mas sim resolver-se por cautela, prudência, isto é, prevenção.
Não que essa seja a função da Consciência – longe disto. A função da Consciência é a compreensão, a questão é que Ela traz quase como brinde a prevenção.
Consciencióloga, Educadora com experiência em todos os níveis da Educação Básica no Brasil, Especialista em Ensino e Autoconhecimento, Consciência e Educação, Neuropsicologia e Psicopedagogia. Mestranda em Psicologia Clínica e de Aconselhamento com foco em Satisfação no Trabalho, Trabalho Digno, Cinco Grandes Fatores da Personalidade (Big Five) e Saúde Mental. Docente em cursos de Graduação e Pós-graduação nas modalidades presencial e à distância. Coordenadora do Núcleo de Apoio, Acessibilidade e Inclusão numa Faculdade Brasileira. Palestrante com experiência internacional em Dinamarca, Austrália, Estados Unidos, México, Portugal e Brasil. Escritora de diversos artigos e capítulos de livro, bem como da série “Abordagens sobre a Consciência em seu Pragmatismo”. Consultora em Ciências da Educação em diversas empresas de cunho público e privado.