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Casa para toda a vida – Parte I

Por Taina Volcov

Quem vive ou viveu a experiência de ter crianças dentro de casa sabe que, quando elas começam a engatinhar, protetores em tomadas são instalados, quinas de móveis são protegidas.

As escadas recebem portões e os móveis soltos com rodinhas são substituídos por móveis fixos. Travas em armários baixos são instadas, e tantas outras ações são realizadas para adequar a casa, em cada história que escutamos.

E qual a feliz coincidência de saber que, com o passar dos anos, chegará uma fase da vida, onde os cuidados que tivemos com estes pequenos voltam, mas agora, para os nossos familiares?

Em certa fase da vida, as pessoas decidem que é a hora de ter seu canto. Seu espaço para chamar de lar. Elas alugam ou compram suas casas, ou apartamentos para iniciar este movimento.

As pessoas que compram, muitas vezes, comprometem toda a sua vida pagando pelo imóvel e passam a vida adulta e a velhice no mesmo local.

Entretanto, enquanto se é jovem, cheio de vitalidade, detalhes que fazem toda a diferença quando envelhecemos não são percebidos quando se decide comprar ou mobiliar um imóvel.

Contextualização

Uma pessoa passa a envelhecer, desde o momento de seu nascimento.  Segundo texto do site da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia sobre envelhecimento e longevidade: “O envelhecimento está associado a mudanças nos processos biológicos, fisiológicos, ambientais, psicológicos, comportamentais e sociais do ser humano.”

Com a idade, o corpo humano apresenta alterações fisiológicas, dentre as quais, muitas podem ter seu declínio decorrente de seu estilo de vida, sendo algumas inerentes ao processo de envelhecimento, podendo afetar a qualidade de vida.

Conforme o site Manual MSD Versão Saúde para a Família, a velocidade da marcha (caminhada) reduz a partir dos 70 anos e alguns idosos passam a ter outras alterações em seu caminhar, como, por exemplo, andar arrastando o pé.

Quer seja por fraqueza muscular, alterações de equilíbrio, redução da acuidade visual ou questões de saúde, as quedas passam a ocorrer em uma certa idade, impactando a qualidade de vida e dependendo da complicação pode levar à morte. 

Antes mesmo de conhecer sobre o assunto, muitas pessoas vivem o luto pelas quedas. O que não foi diferente para a nossa família, após perder as duas avós (materna e paterna), por complicações de queda.

Em 2022, o site do Governo Federal apresentou dicas para evitar quedas e trouxe a informação de que 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem quedas todos os anos. O que é um número alto considerando a inversão que está ocorrendo na pirâmide etária. 

Pequenas mudanças salvam vidas

Sabe a frase: “São os detalhes que fazem a diferença” que tantos pronunciam de várias formas? Detalhar é ir à minúcia, chegar na particularidade de algo. E ao olhar para o ambiente construído, o detalhe deve ser, sim, levado em consideração. Ou seja, o olhar deve ser atento com o desenvolvimento de cada canto da casa.

Voltando para o início do texto, os cuidados nos lares para evitar quedas de pessoas mais velhas devem ser redobrados e as contribuições estão nos detalhes. Por enquanto, como exemplo, ficam: 

  • Móveis sem estabilidade e que muitas vezes são utilizados como apoio no caminhar, ao sentar-se e levantar; 
  • Móveis com quinas que sempre estão prontas a encontrar o corpo e causar uma ferida;
  • Mesas de centro baixas que servem como obstáculo;
Mesa de Centro Baixa com Espelho Carvalho 123 cm - D'Rossi

Imagem extraída de site de pesquisa.

  • Utensílios de cozinha utilizados com frequência, guardados em armários baixos, que obrigam as pessoas a abaixarem.

Imagem gerada com uso de Inteligência Artificial

O final também pode ser o início.

Se este artigo terminar fazendo alguém pensar como é seu lar e os de seus genitores, significa que estas pessoas receberam o chamado do “olhar atento”, para começar a observar os ambientes nos quais vivem e perceber se eles são ou não adequados para todas as fases da vida.

O tema “Casa para toda a vida” é amplo e só de saber que você está conhecendo algo pela primeira vez ou está se conscientizando sobre a importância do assunto, caso já o conheça, já é um começo.

Ao terminar a leitura desse artigo, fica a sugestão de refletir sobre quais outros detalhes poderiam existir em sua casa e como resolvê-los. 

Fica o convite para a leitura desse artigo, que com certeza continuará.

Desde criança, a imaginação foi sua grande companheira. Aos 11 anos, Taina já visualizava o futuro em conversas imaginárias por vídeo chamada, mesmo estando em 1995. Aos 12, rabiscava plantas e sonhava em ser arquiteta. Aos 17, tornou-se a primeira de sua família a ingressar na faculdade, rompendo ciclos e transformando sonhos em realidade.

Formada em Arquitetura e Urbanismo, sua paixão pela área a levou a explorar múltiplas possibilidades dentro da profissão. Desde 2011, atua na Engenharia Diagnóstica, dedicando-se à saúde das edificações e ao impacto que os ambientes construídos exercem na vida e no bem-estar das pessoas.

Seu trabalho é um convite à reflexão sobre como podemos construir espaços mais seguros, acessíveis e saudáveis, promovendo qualidade de vida para todos. Unidos, avançamos rumo a cidades mais humanas e inteligentes.

📌 Acompanhe mais sobre seu trabalho e reflexões:
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